sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Entrevista de emprego: por que você deve ser contratado?

Camila Lam / Exame.com
     
São Paulo – Perguntas como ”por que devo contratar você” ou “por que você é melhor que os seus concorrentes?” são parecidas com a pergunta do título e recorrentes nas entrevistas de emprego. O candidato tem que estar ciente que o entrevistador só quer saber de uma coisa: se você realmente é a pessoa ideal para a vaga.
Lea Federmann, recrutadora do setor Construção e Infra-Estrutura e sócia da 2GET, explica que a instrução é clara, o candidato tem que brilhar aos olhos do entrevistador. Na hora de responder, ela afirma que a resposta pode custar uma contratação.
Confira abaixo, as recomendações dos especialistas:
Preparação
Antes de qualquer entrevista de emprego, uma pesquisa prévia sobre a empresa e sobre sua experiência profissional é indispensável. Para os especialistas, esse ponto deve ser constantemente lembrado pelos candidatos.
“Existem pessoas que chegam à entrevista despreparadas e não sabem se vender. Não é porque teve uma atuação generalista durante toda a carreira que pode falar ‘faço de tudo um pouco’”, explica Lea.
Para Gerson Corrêa, sócio da Talent Solution, é visível quando o candidato não se preparou. “Um profissional despreparado é inseguro e não consegue mostrar para o entrevistador quais são os seus diferenciais”, diz.
A pesquisa, entretanto, tem que ir além dos valores e da missão da empresa. Rafael Souto, CEO da Produtive, explica que o candidato tem que coletar informações do mercado, do histórico da empresa e pensar em longo prazo como ele poderá contribuir com suas competências.
Lea lembra de um profissional que diante dessa pergunta, disse que gostava do desafio do empreendedorismo e detalhou sobre a última experiência, que foi um trabalho com startups. Por que ele acertou? “Ele justificou as afirmações com informações sobre ele e sobre o cargo. Como a vaga tinha relação direta com startups, ele foi o escolhido”, conta ela.
Construção da resposta
Segundo especialistas, para responder bem a essa pergunta, o candidato precisa ter capacidade de síntese, percepção e noção do que já fez e o que ainda pode fazer. Para Lea, o entrevistador quer saber informações práticas, ou melhor, sobre como o profissional “põe a mão na massa”.
“Quando faço essa pergunta, espero que a pessoa seja consistente com aquilo que está falando, tenha auto confiança e um brilho nos olhos”, explica Corrêa.
Para Souto, a melhor linha de raciocínio é conectar a experiência e os feitos com a oportunidade. “Se o candidato vai entrar na área financeira, citar exemplos de atividades que foram realizadas e que combinam nessa área é um bom direcionamento”, diz.
Fique longe
Frases repetitivas não são bem vistas. Para quem está acostumado a fazer várias entrevistas, respostas formatadas como ‘quero um desafio diferente’ ou ‘você deve me contratar porque sou muito esforçado’ não acrescentam nada.
“Esse é o erro mais comum, pois a resposta fica vazia e subjetiva. A autopromoção não deve ser feita somente com frases carregadas de adjetivos”, afirma Souto. Para ele, o profissional tem a falsa impressão de que está atendendo às demandas da pergunta, mas não está.
Para Corrêa, a prolixidade faz com que o candidato dê muita volta e retome a assuntos que o entrevistador já sabe. E é um erro constante. Lea afirma que com o mercado aquecido, alguns candidatos são prepotentes, pois acreditam que a empresa tem de contrata-los somente pelo seu currículo.

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